quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Soneto da Separação-Vinícios de Moraes


De repente do riso fe-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas fe-se o espanto.

De repente da calma fe-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fe-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente,não mais que de repente
Fez-se triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
fez-se da vida uma aventura errante
De repente não mais que de repente.

Encerro uma paixão com ajuda do poetinha que tão bem traduziu a separação!

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